"Quem já esteve na Madeira, pôde ver para onde foram os fundos estruturais europeus. Há muitos túneis e auto-estradas bonitas, mas isso não contribuiu para que haja mais competitividade", observou a chefe do governo alemão, numa palestra proferida perante alunos, na Bela Foundation, em Berlim, noticiada esta noite pela RTP.
A União Europeia aprovou a distribuição de cerca de 350 mil milhões de euros de fundos estruturais pelos Estados-membros no período entre 2007 e 2013, cabendo a Portugal cerca de 25 mil milhões de euros.
Uma proposta franco-alemã aprovada no Conselho Europeu, no início de Fevereiro, prevê o reencaminhamento dos fundos estruturais que ainda não tenham sido orçamentados para criar mais emprego e crescimento económico, sem prejuízo, no entanto, da verba orçamentada para cada país. Na mesma palestra, Merkel defendeu ainda uma maior transferência de poderes dos Estados-membros para Bruxelas, para que se possam erradicar as deficiências na construção europeia, "que a crise financeira pôs claramente a descoberto", disse. Admitiu, no entanto, que esta mudança "gerará acesos debates" na União Europeia. A futura união política que resultar destas alterações terá também de ter uma Comissão Europeia "que funcione como um governo europeu", disse ainda. O Conselho Europeu dos 27 chefes de Estado e de governo funcionará como uma segunda câmara do parlamento, prosseguiu Merkel. A chanceler alemã voltou também a defender a permanência da Grécia no euro, advertindo, no entanto, que Atenas tem de cumprir os compromissos assumidos com a União Europeia e o FMI para receber um primeiro resgate de 110 mil milhões de euros, e para aceder a um segundo empréstimo de 130 mil milhões de euros.
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